Recuperação de dados drive ZIP IOMEGA
- Grevan Tech
- 28 de mai. de 2021
- 3 min de leitura
Curiosidades e dicas sobre a recuperação de dados nos discos vintage ZIP IOMEGA que recebemos.

A unidade Zip é um sistema de armazenamento de disco flexível removível que foi lançado pela Iomega no final de 1994. Considerados de média a alta capacidade na época de seu lançamento, os discos Zip foram originalmente lançados com capacidades de 100 MB, depois 250 MB e finalmente 750 MB.

Recebemos essa unidade para tentar recuperar seus arquivos, o leitor (comprado no ano 2000) e 9 discos de diversas marcas, Maxell, Fujifilm, Epson e da própria Iomega, todos com capacidade de 100MB, um absurdo para os padrões da época.

A unidade leitora, apesar de suja, estava em condições razoáveis e funcionais, porém o botão de ejetar não estava funcionando, Precisava então ser aberto para averiguação. Esse drive não possue parafusos, são utilizadas travas de plástico na sua carcaça. Essas travas são fortes e sensíveis, podendo quebrar-se facilmente, muito pelo ressecamento do tempo.

São três travas no total, duas de um lado e uma do outro, como podemos ver pelas fotos.

Para destravar insira um objeto fino e resistente, empurre com um movimento de baixo para cima e gire para levantar um lado da tampa.

No outro lado existem duas travas, realizamos o mesmo procedimento para destravá-las.

Uma dica, deste lado com duas travas é mais fácil utilizar duas "espátulas", uma em cada trava simultaneamente.

Tendo acesso ao interior notamos que o pino de plástico que pressiona o botão de ejetar estava quebrado, mas felizmente estava funcionando. Vale ressaltar que é possível ejetar os discos manualmente, basta acionar uma trava interna, porém é preciso remover a tampa superior do mesmo modo.

Para acessar o botão de ejetar é necessário remover o painel frontal, é simples, basta desencaixar (de baixo para cima) os furos dos pinos que os seguram.

Como qualquer mídia magnética, o tempo que ficaram paradas e as condições como foram armazenadas podem influenciar na recuperação dos dados. Podemos agora ler os discos e analisar seu estado e comportamento. Neste caso, todos os nove discos apresentaram erros de leitura, alguns mais outros menos, em diversos setores. Em setores defeituosos podemos ouvir o famoso "clique da morte", um comportamento bem típico desses drives. O braço contendo a cabeça de leitura avança e retrai inúmeras vezes tentando ler os dados sem sucesso, resultando neste barulho brusco. Podemos ouvir abaixo.
Para fins de recuperação de dados o procedimento inicial é tentar criar uma imagem dos discos, a mais fidedigna possível, antes que a mídia ou o leitor possam falhar. Essa clonagem chamada de "bit a bit" é a chave para uma recuperação de dados satisfatória. Para criar essa cópia em mídias problemáticas, são utilizados softwares especializados capazes de lidar com setores defeituosos (bad blocks) da maneira mais eficiente possível.

Podemos ver nesse exemplo que 99,95% dos dados puderam ser lidos, um bom índice, levando em conta o estado dos discos. Com as imagens dos discos em mãos, utilizamos então outros softwares para a devida manipulação e recuperação dos dados.

Nota: Apesar da recuperação dos dados neste caso ter sido considerada satisfatória, muitos arquivos estavam corrompidos, dado a condição das mídias.
Para reparar arquivos corrompidos (que não abrem ou imagens que estão distorcidas, por exemplo) exige-se a manipulação posterior de cada um individualmente, e sem a certeza de sua recuperação. Este esforço é considerado uma outra etapa na recuperação de dados, que exige tempo e conhecimento, e é indicado para arquivos pontuais de valor para o cliente.
Espero que tenham gostado. Até a próxima!